Viagem sem volta a Marte para colonizar o planeta a partir de 2023
Projeto 'Mars One' está com inscrições abertas até o dia 31 de agosto. Os candidatos que decidem se inscrever pagam uma taxa que, de acordo com os organizadores do Mars One, ajudará a financiar o custo do projeto, orçado em Us$ 6 bilhões (ou quase R$ 14 bilhões).
O valor da inscrição, que só pode ser feita por quem tem 18 anos ou mais, varia de acordo com o país. Nos EUA a taxa é de US$ 38 (ou cerca de R$ 86), sendo que no México o valor é menor - US$ 15 (ou aproximadamente R$ 34).
Em janeiro, o Mars One, liderada pelo cientista holandês Bas Lansdorp, divulgou em anúncio oficial do próprio site que o Interplanetary Media Group - empresa que gerencia todos os investimentos de propriedade intelectual e mídia do projeto - também recebeu os primeiros investimentos privados cujo valor não foi divulgado. De acordo com o site da missão, o fundo irá financiar os custos de pesquisa e o processo de seleção do Mars One.
"Existe um grande número de pessoas que ainda está trabalhando nos próprios perfis, decidindo se pagam ou não pela inscrição ou continuam preparando os vídeos de apresentação, preenchendo os formulários e seus currículos', explicou Bas Lansdorp em entrevista à rede de TV CNN.
O site oficial do Mars One iniciou no começo do mês a exibição de um documentário - o One Way Astronaut (Astrounata sem volta) - que explica o projeto em detalhes para aqueles que se dispuserem a morar em Marte. No entanto, para assistir ao filme, o internauta também precisa pagar - US$ 2,95 (R$ 6,79) para visualização online ou US$ 4,95 (R$ 11,32) para download.
Ambiente controlado:
A energia no planeta vermelho será gerada por painéis solares, a água será reciclada e extraída do solo, os astronautas vão cultivar os alimentos que vão consumir e também contarão com suprimentos de emergência.
Marte é um planeta varrido pelo vento solar. Na Terra, por outro lado, estamos protegidos do vento solar graças a um forte campo magnético. Sem ele, seria muito mais difícil sobreviver. Para minimizar a radiação, os responsáveis pelo projeto vão cobrir com vários metros de terra as cúpulas onde os colonos vão viver. Elas serão cavadas pelos próprios habitantes do local.
Brasileira no Mars One:
A estudante carioca de 21 anos, Beatriz Roriz, está entre os cerca de 100 mil voluntários. "Eu hoje estou mais esperançosa de ser selecionada do que no início. Fiz um vídeo de propaganda deles, respondi uma carta e fiquei entre os quatro selecionados no mundo inteiro para fazer esse documentário”, contou Beatriz.
Beatriz mora na Zona Oeste do Rio e estuda Ciências Sociais na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Ela ficou sabendo do programa através da internet e diz que sempre sonhou em viajar pelo espaço.
“Eu acompanho a Mars One pela internet e sempre tive vontade de ser astronauta, mas no Brasil é muito difícil. Colonizar um planeta novo é uma oportunidade única e eu não posso perder”, disse a estudante, acrescentando que sempre teve apoio dos pais, mas, como é filha única, existe receio da parte deles.
“No começo minha mãe ficou super empolgada. Quando viu que era sério, ficou um pouco chateada. Sou filha única. Existe um sentimento de tristeza dos meus pais, já que é uma viagem só de ida, mas eles apoiam. Acho que quem for vai demorar a se adaptar, mas depois será como aqui na Terra, só que em um ambiente controlado. Vamos viver em redomas controladas e com rotinas comuns. Acho que depois de um tempo será como uma comunidade pequena”, afirmou.
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